segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Saúde da Mulher: direito de tod@s

Conforme já noticiado no twitter, ontem estive em campanha na minha terra natal (Itapecerica) e em Carmo da Mata, primeira cidade em que atuei como Delegada de Polícia nos anos de 1998 a 2000.

Ouvi de algumas pessoas, em Carmo da Mata, que no hospital da cidade, o qual já foi referência regional há alguns anos, não se faz parto, seja normal ou cesariana. Em razão de ser um domingo e hoje véspera de feriado, não foi possível confirmar a notícia, mas acredito que ela seja verdadeira.

Fiquei impressionada! Perguntei aos informantes sobre o destino das mulheres que não podem se deslocar para outras cidades, que não têm plano de saúde... para onde são encaminhadas e obtive como resposta: "quem tem condições, paga e vai pra qualquer lugar, quem não tem, fica de del em del procurando vaga e às vezes entram em trabalho de parto no caminho"...

Estive pensando: Nosso Estado possui mais de 800 municípios...Carmo da Mata, apesar de ser uma cidade de pequeno porte, é um importante centro urbano do centro-oeste mineiro, possui tradição e muita gente comprometida... Se existe esse problema tão sério por lá, o que será que acontece em outros municípios mais distantes de grandes centros e também da capital?

Sei que há em nosso Estado há pouco mais de 20 Centros de Referência de Saúde da Mulher, inclusive um deles, situado em nossa vizinha cidade de Santo Antônio do Monte. Entrei em contato com a coordenadora, enfermeira Priscila, e fui informada de que o Centro, denominado Viva Vida, recebe demanda de cidades vizinhas, entre elas a minha cidade de Divinópolis.

Segundo Priscila, o Centro Viva Vida já acompanhou 190 gestantes de alto risco, sendo que duas delas necessitaram de terapia intensiva, mas felizmente não houve nenhum óbito! O Viva Vida, portanto, está cumprindo sua missão!

Além da saúde das gestantes, o Viva Vida atende as mulheres vítimas de violência doméstica, inclusive a sexual, passando por equipe multidisciplinar e recebendo todo o atendimento necessário para tratamento e prevenção dos agravos resultantes da violência sexual, inclusive, quando necessário, realiza-se o aborto legal (gravidez resultante de estupro e para salvar a vida da gestante).

Divinópolis, cidade próspera, pólo da região, contando com cerca de 200.000 habitantes, não possui esse Centro de Referência de Saúde da Mulher e, segundo Priscila, apesar de constar da lista de cidades que podem ser atendidas em Santo Antônio do Monte (que tem número de habitantes muito menor), nunca enviou nenhuma mulher para ser atendida no Viva Vida! Não se sabe o motivo... Pode ser que "haja atenção primária falha e não se consegue alcançar a demanda"... (palavras de Priscila).

Afirmo, portanto: precisamos de MAIS MULHERES NO PODER para cuidar de nós mesmas! A saúde é um direito de tod@as!!!

Aproveito o ensejo para parabenizar Santo Antônio do Monte pelo avanço e pela atenção aos Direitos das Mulheres, que são também Direitos Humanos!!!

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